Conselho diz ter relatos de supostos sequestros feitos por policiais de UPP
Um novo caso de abuso policial está sendo apurado pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Rio de Janeiro (CEDDH-RJ). O conselho foi informado por moradores do Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, sobre sequestros realizados por homens da Unidade de Polícia Pacificadora da Fazendinha e que, segundo relato de um morador, pode ter tido o envolvimento do comando local da UPP. Nos últimos dias, três sequestros teriam ocorrido na comunidade, sendo o último nesta segunda-feira (30).
O CEDDH-RJ, vinculado à Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), já tinha encaminhado nesta terça-feira (31) à Secretaria de Segurança documento com outros 13 relatos de abuso policial, 11 deles em áreas pacificadas. Nesse relatório, não estão incluídos os três casos do Alemão porque, até agora, não houve denúncia formalizada. “Tivemos relatos detalhados de todos os casos, mas as vítimas têm muito medo de morrer”, afirmou a conselheira Márcia Honorato.
Segundo ele, os policiais o levaram até o alto do morro e o ameaçaram. “Eles me mostraram um caderno de anotação do tráfico e disseram que era meu. Mas a grafia não é minha”, afirmou o jovem, que disse ter pago o resgate por medo de morrer. “Agora quero recuperar o dinheiro e pagar os meus amigos, para não ficar devendo a ninguém”, declarou.
Conselho acompanha desfecho
Dois integrantes do CEDDH-RJ e um da ONG Rede Contra a Violência estiveram nesta segunda no Alemão acompanhando o desfecho do caso. Agora, preparam um relatório para encaminhar à Secretaria de Segurança.
O CEDDH-RJ afirma que nos últimos dias ainda houve dois outros sequestros no local: um envolvendo um traficante e outro em que a vítima foi o tio de um integrante do tráfico. Em ambos os casos o resgate teria sido pago aos policiais da UPP.
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Rio é formado por representantes do Poder Público, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Poder Legislativo e da sociedade civil organizada. Seus membros são eleitos por um período de dois anos.
O que diz o comando da UPP
A assessoria da comando da UPP informou que só vai se pronunciar depois de receber formalmente a denúncia. A assessoria acrescentou que não pode responder com base no relato da imprensa.
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