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terça-feira, 31 de julho de 2012

Ouvidor quer que PM deixe de socorrer baleado

Ouvidor quer que PM deixe de socorrer baleado

Segundo Dantas, socorro tem de ser feito por Samu ou resgate, porque ‘policial não é médico’; socorro é muitas vezes usado para encobrir homicídios praticados pelos PMs

O ouvidor-geral da Polícia do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Dantas, encaminhará pedido para que policiais militares não socorram mais vítimas de tiroteios – um recurso muitas vezes usado para encobrir homicídios praticados pelos próprios PMs. Ele também propõe outras mudanças, como menor carga horária e acompanhamento psicológico do efetivo.


“Queremos que, no momento em que o policial estiver em um enfrentamento, quem faça o socorro seja o Samu ou o resgate. Policial não é médico e não tem especialização para fazer socorro”, afirma Dantas.

O ouvidor também afirma que os PMs precisam de uma melhor reciclagem. “Estamos propondo que equipes de psicólogos e psiquiatras das universidades públicas possam fazer parte desse grupo para avaliação psicológica do pessoal da polícia, principalmente desses que estão na linha de frente.”

Ele citou como exemplo o caso da morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, no dia 18, baleado durante uma abordagem da PM. “A gente observou que foram abordagens desastradas, inadequadas. Não é legítimo o policial usar arma de fogo contra veículo que furou barreira”, diz.



Para o advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, o policial deve socorrer a vítima que ainda esteja viva para não cometer crime de omissão de socorro. “Se a pessoa ainda estiver viva, a obrigação é socorrer. Se já estiver morta, a polícia não deve mexer no corpo. Essa é uma forma de descaracterizar a posição dos cadáveres para impedir a realização da perícia. É preciso separar o socorro do falso socorro.”

Polêmica

Após afirmação da defensora pública Daniela Skromov Albuquerque de que o Ministério Público Estadual está sendo omisso na investigação dos crimes cometidos pelos policiais, o órgão divulgou nota de repúdio.

“A afirmação simplista de que há omissão por parte do MPE na apuração dos fatos revela a completa e total ignorância quanto ao trabalho sério, profissional e comprometido realizado por cada um dos promotores de Justiça envolvidos nas apurações”, afirma o comunicado.

Procurada, a Defensoria fez questão de elogiar o MP e “registrar o respeito e a confiança no Ministério Público”, afirma o comunicado.

Agência Estado

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