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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Atuação de policiais civis é questionada em audiência

A atuação de policiais civis da 4ª Delegacia do Barreiro, que teriam acobertado um policial civil que fugiu após ser abordado por policiais militares, foi questionada por deputados e policiais militares que participaram de audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta quinta-feira (16/2/12). Na ocasião, o policial civil guardou seu carro no estacionamento da delegacia e os policiais militares foram impedidos de entrar no local para identificar formalmente o cidadão e vistoriarem o veículo.

O deputado Sargento Rodrigues, autor do requerimento que motivou a reunião, começou sua fala questionando o fato do policial civil Luciano Trajano Camargo ter se negado a apresentar sua identificação aos militares. “Qualquer autoridade tem o dever de se identificar ao ser abordado por policiais. É nossa obrigação dar o exemplo”, ressaltou o deputado. Ele afirmou ser ainda mais grave a conduta dos policiais na delegacia que, além de não tomar as devidas providências, mandaram os militares se retirarem do local.



O sargento Hélio Carlos Alves Santana, do Batalhão de Polícia de Eventos da Polícia Militar e comandante da viatura que abordou Trajano, explicou que a Polícia Militar, no início de fevereiro de 2012, fazia uma operação no Aglomerado Ventosa, em Belo Horizonte, quando um taxista teria passado e, muito assustado, avisou que havia uma pessoa dirigindo um carro e abordando pedestres com uma arma em punho. Segundo ele, ao se deslocarem para o local para verificar a situação, o motorista, que era o policial civil Luciano Trajano Camargo, viu o carro da PM e deu marcha ré para fugir da operação. Entretanto, os policiais militares conseguiram alcançá-lo e pediram para que ele saísse do carro. “Ele disse que era policial civil mas não apresentou sua identificação. Falou que não ia desembarcar e que nem morto seria retirado do carro”, narrou Santana.

Os policiais militares seguiram Luciano Trajano até a 4ª Delegacia do Barreiro, onde ele guardou o veículo e destratou os militares. “Ele me disse seu nome, mas não apresentou documento algum”, disse o sargento Hélio. Também contou que o inspetor da Polícia Civil Denílson Monteiro de Castro, que estava no local, pediu para que militares retirassem a viatura de lá e ficassem do lado de fora da delegacia, além de não permitir que fosse feita uma busca no interior do veículo. Para Hélio Santana, era necessário fazer a vistoria, já que o porta-malas aparentava estar muito pesado.


O sub-comandante do Batalhão de Polícia de Eventos da Polícia Militar, major Marcelo Campos Pinheiro, afirmou que não é intenção alimentar qualquer discórdia entra as duas polícias. Ele mencionou que, em conversa com o inspetor Denílson de Castro, teria relatado os fatos, mas forneceu apenas o nome do policial civil e seu registro na instituição. Major Marcelo Pinheiro ainda afirmou que, quando a delegada responsável chegou ao local, ela não teria conversado com os policiais militares para entender o ocorrido e apenas perguntado se estava tudo bem.

A delegada da 4ª Delegacia de Polícia Civil, Sônia Maria Jesus de Miranda, explicou que não estava na delegacia no momento e que se dirigiu ao local após ser avisada. Ao chegar, ela encontrou os policiais militares na porta da delegacia, que lhe disseram já estar tudo resolvido. Segundo ela, eles não a alertaram sobre a necessidade de realizar uma busca no veículo e não relataram a gravidade do ocorrido e que ela só ficou sabendo dos detalhes do ocorrido posteriormente. Assim, solicitou ao Luciano Trajano que fizesse uma comunicação dos fatos e encaminhou o documento para apuração da corregedoria. Questionada pela Comissão sobre a ausência do inspetor Denílson de Castro na reunião, justificou que ele estaria em viagem de férias.

O deputado Sargento Rodrigues questionou porque a delegada não tomou providências assim que chegou à delegacia e ela disse que a situação aparentava já estar resolvida. “A senhora foi omissa e prevaricou ao não tomar as providências legais cabíveis. Deveria ter franqueado a entrada dos policiais militares, os levado até o veículo, acompanhados dos policiais civis, para que procedessem a busca para sanar qualquer dúvida”, afirmou Rodrigues, lembrando que sequer o policial civil foi apresentado aos militares.

O subcorregador da Polícia Civil, Vicente Ferreira Guilherme, afirmou que a Corregedoria já está ciente dos fatos e vai apurar o acontecido. Ele também disse que a questão foi encaminhada à Corregedoria pela delegada Sônia Miranda.

O presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB), leu carta do Luciano Camargo encaminhada à comissão na qual ele nega todos os fatos e afirma que estaria fazendo uma operação policial naquele dia. “Nenhum policial faz operação sozinho! Além do que, se isso fosse verdade, o natural seria que ele ficasse satisfeito ao ver a aproximação dos policiais militares e pedissem a eles apoio, uma vez que a região é um conhecido ponto de tráfico”, ponderou Sargento Rodrigues, afirmando ainda que Luciano Camargo possui vários registros policiais, sendo inclusive investigado pela Polícia Federal. “Policial que não para diante de uma abordagem de um outro policial é, no mínimo, suspeito de algum delito”, afirmou.

Requerimentos – No final da reunião foram aprovados pedidos de providência da comissão com o objetivo de dar prosseguimento à apuração dos fatos. Os deputados querem: a realização de nova audiência para debater o assunto com a presença do inspetor Denílson de Castro e do policial civil Luciano Camargo; que seja encaminhado ofício à Polícia Federal solicitando informações sobre inquéritos envolvendo Luciano Camargo; e que seja encaminhado ofício à Polícia Civil solicitando informações sobre as férias de Luciano Camargo em 2012, além da sua ficha funcional e da ficha funcional de Denílson Castro.

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